Tempos modernos e o plástico

 


   Os plásticos podem ser empregados na confecção dos mais diversos produtos a um baixo custo, o que contribuiu para a disseminação de seu uso. Foram responsáveis por uma revolução na maneira como vivemos nas últimas décadas, se tornando o símbolo de nossa vida moderna. Porém, representam uma das grandes incoerências de nosso estilo de vida e, apesar de suas enormes vantagens econômicas, é considerado um dos maiores vilões do planeta.

   A “era dos plásticos” começou em 1909, após a descoberta das resinas formol-fenólicas (baquelite) e a partir de 1920 deu início a sua exploração. Durante a Segunda Guerra Mundial, a indústria do plástico se expandiu com a fabricação em grande escala do PVC e com a criação do nylon e, a partir de 1950, se fortaleceu com o crescimento da exploração do petróleo (LEIA MAIS EM CIÊNCIA HOJE).

  Há impactos climáticos em todos os pontos do ciclo de vida dos plásticos. O processo de produção consome combustíveis fósseis, tanto na sua fabricação quanto na manutenção das altas temperaturas de refino e fabricação. O metano, que é um potente gás de efeito estufa (GEE), tende a vazar durante a perfuração, transporte e refino, tornando-o uma fonte subestimada de poluição da indústria de petróleo e gás. O polietileno libera GEE quando se decompõe e pode interferir nas algas marinhas que desempenham um papel essencial no sequestro de carbono no oceano. (CONFIRA NOSSO FUTURO ROUBADO)

   O que contribuiu para difundir o emprego do plástico é sua grande resistência mecânica e térmica, o que resulta na lenta decomposição (até séculos) e diversos impactos ambientais. Estima-se que 8,9 bilhões de toneladas de plásticos primários (ou virgens) e secundários (produzidos de material reciclável) já foram fabricados desde meados do século passado, quando começaram a ser produzidos em escala industrial. Cerca de dois terços desse total, ou 6,3 bilhões de toneladas, viraram lixo, enquanto 2,6 bilhões de toneladas ainda estão em uso e apenas cerca de 10% foram reciclados.

   Calcula-se que, a cada ano, mais de 8 milhões de toneladas de plástico cheguem aos oceanos, provocando prejuízos à vida marinha, à pesca e ao turismo. Grandes aglomerações de plástico flutuante estão presentes em todos os oceanos – são os chamados giros. O maior deles, a Grande Mancha de Lixo do Pacífico, que se forma na altura do Havaí e da Califórnia e se estende até o Japão.

   Uma das raízes do problema é a alta demanda da sociedade por plástico. A fabricação de plástico virgem no século XXI equivale ao volume produzido nos 50 anos anteriores. E as projeções indicam que, se o ritmo de crescimento não for contido, o mundo terá que acomodar cerca de 550 milhões de toneladas do material em 2030.

   

   O grande problema, segundo Sylmara Dias, da EACH-USP, é que “descartamos uma quantidade de plásticos de uso único a uma velocidade que a natureza não consegue absorver e se tivermos materiais ou mesmo plásticos que tenham maior durabilidade e não sejam jogados fora tão rapidamente, vamos reduzir bastante a escala dos produtos descartados.”, considerando o tempo excessivo que os plásticos sintéticos levam par ase degradar. Ressalta ainda que é importante trabalhar no início da cadeia produtiva, focando em produtos com design amigáveis ao ambiente. “Precisamos de uma política pública que condicione os fabricantes a aprovar o design e os materiais usados em novas embalagens, antes de seu lançamento, garantindo que não tenham potencial poluidor”, afirma Dias. “Ao mesmo tempo, é preciso investir em novas soluções, como materiais biodegradáveis de origem biológica, que a natureza consiga naturalmente regenerar.” (SAIBA MAIS EM PLANETA PLÁSTICO). 


  Profa. Fernanda de Freitas Borges



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Texto - Profa. Fernanda

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