Como gerar menos “lixo” em nosso dia-a-dia e ainda compostar?

     Depois de lermos a pergunta acima muitas vezes surgem outras questões juntas como: Qual a diferença entre lixo, resíduos e rejeitos? Mas, o que mesmo é a compostagem? Não tenho espaço na minha casa, ou não tenho terra no meu quintal, ou moro em um apartamento, como posso compostar? Estas perguntas são perfeitas de serem feitas e iremos respondê-las ao longo deste artigo. Vamos juntos?!

A maioria fala em lixo, outros chamam de resíduos e ainda têm os rejeitos, mas são sinônimos? A resposta é não, cada palavra tem o seu significado e saber as diferenças pode te ajudar a ter uma outra visão de como você administra as sobras do pós-consumo.

Lixo é tudo aquilo que não se quer mais e joga “fora” mesmo sabendo que o “fora” não existe, ou seja, ainda continuará no planeta Terra, porém some de nossos olhos. Mas, muitos resíduos provenientes das nossas atividades domésticas, industriais e comerciais chamadas de lixo podem ser reaproveitados ou reciclados. Por isso, com a criação desses processos passamos a chamar de resíduos tudo o que sobra de um produto pós-consumo e que podemos agregar valor ou dar uma finalidade correta reaproveitando ou reciclando estes resíduos sólidos. Para saber mais acesse: 1, 2 e 3.

Já o rejeito tem a característica principal a impossibilidade de reaproveitamento ou reciclagem, ou seja, quando todas as possibilidades foram esgotadas e não houver solução final para o material ou parte dele. Com isso, o encaminhamento deve ser feito para um aterro sanitário licenciado ambientalmente ou destinado à incineração, processos que devem ser feitos de modo que não prejudique o meio ambiente. Apesar desses termos serem constantemente confundidos nota-se que existem diferenças entre eles, porém não se deve ficar apenas nas divergências de significados, mas também como nós gerenciamos os nossos resíduos sólidos domésticos. Confira aqui o infográfico de lixo X resíduo.

https://pixabay.com/pt/photos/aterro-gest%C3%A3o-de-res%C3%ADduos-res%C3%ADduos-879437/

De acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos “as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, são responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos” (4). Ou seja, quando colocamos os resíduos domésticos na lixeira somos responsáveis em saber e dar o destino correto para os mesmos. No Brasil, são gerados cerca de 387 quilos de resíduos sólidos urbanos por habitante ao ano, muitos destes vão para aterros sanitários, ruas e lixões, por isso é de grande importância o gerenciamento de resíduos sólidos em casas, apartamentos e condomínios.

De todo o resíduo gerado, quase 32% é composto de material reciclável, ou seja, pode ser reaproveitado e não destinado a aterros (5 e 6).

O gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos, além de provocar gastos financeiros significativos, tem resultado em graves danos ao meio ambiente e comprometendo a saúde e o bem-estar da população. Dentre os impactos ambientais associados à destinação final inadequada destes resíduos, podem ser citadas, à alteração na qualidade do ar, contaminação das águas subterrâneas e corpos hídricos superficiais, contaminação do solo, proliferação de vetores transmissores de doenças, perda de fauna e flora, além da poluição visual (7). Por isso, é importante conhecer como se faz de forma assertiva a separação dos resíduos secos, úmidos, perigosos e os rejeitos no próprio local onde são gerados.

Para conhecer como fazer a gestão de resíduos em casa acesse:  8, 9, 10 e 11.

Os resíduos orgânicos, que representam cerca de 50% dos resíduos urbanos gerados no Brasil, tem a particularidade de poderem ser reciclados por meio de processos como a compostagem, em qualquer escala, desde a doméstica até a industrial. Além dessa abrangência de escalas, a reciclagem de resíduos orgânicos não necessita de grandes exigências tecnológicas ou de equipamentos para que o processo possa ser realizado com segurança, de forma que a compostagem tem tido grande êxito em ações de educação ambiental associadas com jardinagem e agricultura urbana, como forma de empoderar pessoas na reprodução do ciclo da matéria orgânica e mudança de sua visão e relação com resíduos de modo geral (12).

A compostagem do resíduo orgânico é um processo natural de decomposição que transformar as sobras de material orgânico em adubo de primeira qualidade. Porém, é importante conhecer o que não se deve colocar na composteira doméstica, seja ela com minhocas ou não. Alguns alimentos e materiais podem causar desequilíbrio químico no interior das caixas de compostagem, o que pode atrair pragas indesejadas, mau cheiro e prejuízo as plantas. Confira aqui como usar uma composteira domestica.

Ter e fazer a sua própria composteira em casa não requer de muitos investimentos financeiros, nem de espaço e nem de mão de obra qualificada, mas as principais habilidades são iniciativa e consciência ambiental. AQUI e AQUI  você poderá aprender como compostar em casa usando baldes e ainda poderá se divertir e impactar positivamente outras pessoas e o meio ambiente.

O hábito de separarmos os nossos resíduos domésticos e darmos um destino correto, seja ele a reciclagem ou compostagem, não elimina a responsabilidade do poder público. O que de fato devemos perceber é que o gerenciamento dos resíduos sólidos só será verdadeiramente eficiente se houver ações conjuntas e sustentáveis entre nós e os nossos governantes.


Referências:

1-    dinamicambiental/reciclagem/lixo-residuo-e-rejeito-qual-a-diferenca > Acessado em: 02/12/20

2-   vgresiduos.com.br/blogdiferenca-entre-lixo-residuo-rejeito. >Acessado em: 02/12/20

3-   Resíduos Sólidos Youtube

4-   Brasil (2010). Disponível em: Planalto.gov.br/htm> Acessado em: 02/08/20

5- Praticas Sustentáveis. Acesso em 26 nov. 2020

6-   vgresiduos.com.br Acesso em 26 nov. 2020

7-   Barros, H.S.; Souza, F. L. de;  Souza, J. de. (2016) Gerenciamento dos resíduos sólidos domiciliares em Mossóro/RN: elaboração de uma cartilha educativa. GEOTemas, v.6, n.2, p.110-123.

8- 15 dicas para separar seu lixo: corumbaconcessoes.cartilha

9-   Como separar o seu lixo em casa #TransformeSuaCidadedeCasa youtube

10- Cartilha de Gerenciamento de Resíduos Sólidos corumbaconcessoes

11-  Como fazer a gestão de resíduos em casa youtube

12- Brasil (2017). Disponível em: <mma.gov.br> Acessado em: 03/08/20


 

Texto: Larissa Albunio Silva e Crisleine Brito Pereira

Organização: Fernanda de Freitas Borges

Desenvolvimento: Comunicação Fatec Jaboticabal

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