Acessibilidade e Mobilidade Urbana
1. INTRODUÇÃO
São muitos os desafios no desenvolvimento de uma sociedade
sustentável e preocupada com seus recursos ambientais e bem-estar social, tornar as
cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e
sustentáveis.
Os objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo
global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e
garantir que as pessoas em todos os lugares possam desfrutar de paz e de
prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo
a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
Após pesquisas realizadas sobre o tema utilizando o Modelo
Padrão de Projeto, têm-se a certeza de essa parceira proporcionar muito sucesso
entre os cursos. Um trabalho em equipe e de forma colaborativa aumentam as
oportunidades de cumprimento dos nossos objetivos e metas.
Fonte - www.tre-pe.jus.br/a-importancia-da-acessibilidade |
Este projeto terá o objetivo
de problematizar a questão da mobilidade Urbana a partir das possibilidades
para melhor aproveitamento dos recursos materiais e humanos que possuímos.
Há certos lugares que a locomoção é difícil até para pessoas
com capacidade normal, não se pensa em mobilidade de pessoas idosas com
capacidade reduzida para se locomoverem, assim como pessoas portadoras de deficiências
físicas, usuários de muletas, bengalas e cadeirantes, e as imagens abaixo se
tornam um total desrespeito para com eles, a ocupação de um espaço que seria
essencial para que pudessem se locomover com mais segurança e independência, na
imagem 01, temos um poste na calçada que torna impossível a passagem de um
cadeirante e na imagem 02, a calçada toda tomada por veículos que deveriam
estar na rua. Deixando livre ao acesso dos pedestres.
Imagem 01 |
Imagem 02 |
Pensar na mobilidade urbana é, portanto, pensar sobre como
organizar os usos e a ocupação da cidade e a melhor forma de garantir o acesso
das pessoas e bens ao que a cidade oferece, e não apenas pensar os meios de
transporte e trânsito” (SANTO E VAZ, 2005) De acordo com Raia Jr (2000):
Na geografia urbana, o deslocamento nas cidades é analisado e
interpretado em termos de um esquema conceitual que articula a mobilidade
urbana, que são as massas populacionais e seus movimentos; a rede, representada
pela infraestrutura que canaliza os deslocamentos no espaço e no tempo; e os
fluxos, que são as macros decisões ou condicionantes que orientam o processo no
espaço.
O Plano de Mobilidade Urbana - PLANMOB (BRASIL, 2007, a)
apresenta esses conceitos de forma articulada onde se tem que: A mobilidade
urbana para a construção de cidades sustentáveis será então produto de
políticas que proporcionem o acesso amplo e democrático ao espaço urbano,
priorizem os modos coletivos e não motorizados de transporte, eliminem ou
reduzam a segregação espacial, e contribuam para a inclusão social favorecendo
a sustentabilidade ambiental. Campos (2006) complementa que: De acordo com as
dimensões do desenvolvimento sustentável, pode-se considerar que a mobilidade
dentro da visão da sustentabilidade pode ser alcançada sob dois enfoques: um
relacionado com a adequação da oferta de transporte ao contexto socioeconômico
e outro relacionado com a qualidade ambiental. No primeiro, se enquadram
medidas que associam o transporte ao desenvolvimento urbano e a equidade social
em relação aos deslocamentos; no segundo, se enquadram a tecnologia e o modo de
transporte a ser utilizado. São exemplos de mobilidade urbana que deram certo
do mundo na questão de melhora na qualidade de vida dos seus moradores, Barcelona,
Bogotá, Copenhague, Paris e Boston.
Imagem 03 |
Imagem 04 |
Seria uma imagem ideal para um ambiente onde todos que possuem
capacidade reduzida de mobilidade, em local onde o cidadão não pode alterar a
calçada que é propriedade do estado, então as calçadas têm o mesmo nível e
padrão onde o morador não tem o direito de alterações do padrão que a
prefeitura determina, nestes locais é possível a fácil locomoção para as
pessoas com capacidade reduzida de locomover-se.
Em alguns lugares, calçadas como essa não seria possível a transposição mesmo para
uma pessoa com 100% de capacidade de mobilidade, então não se consegue avaliar
a capacidade de uma pessoa com mobilidade reduzida, como cadeirante na transposição
de um acesso como esse por exemplo.
Em locais que deveriam ser destinados a pedestres muitas
vezes estão ocupados por veículos, também há o difícil acesso devido aos
degraus existentes nas divisas limítrofes de calçadas.
Imagem 05 Imagem 06 |
Porém há locais em que o espaço para pessoas com mobilidade reduzida é planejado para que facilite a independências dessas pessoas.
Imagem 07 Imagem 08 |
Calçadas com projetos para a sustentabilidade e o bem-estar social.
Imagem 09 Imagem 10 |
Calçadas sem nenhum projeto e sem perspectivas de melhoria ou
recuperação para se tornar acessível para pessoas com baixa capacidade para a
mobilidade, é nisso que devemos pensar, em pessoas que buscam serem
independentes, mas que dependem do olhar e bom senso do poder público que
deveria impedir que obras como essas fossem proibidas de serem construídas e
ter bom senso e questionar de que maneira um Cadeirantes poderia transpor
certos desníveis e ser independentes e
livres para poder buscar seus objetivos e sem obstáculos que limitem sua
capacidade de locomoção.
ODS 11
Com o objetivo de atingirmos nossa meta até 2030,
e proporcionar o acesso a sistemas de transportes seguros, acessíveis,
sustentáveis e a preço acessível para todos, melhorando a segurança rodoviária
por meio da expansão dos transportes públicos com especial atenção para as necessidades das pessoas em situação de
vulnerabilidade, mulheres, crianças, pessoas com deficiência e idosos.
No Brasil busca-se melhorar a segurança viária e
o acesso à cidade por meio de sistemas de mobilidade urbana mais sustentáveis inclusivos,
eficientes e justos, priorizando o transporte público de massa e o transporte ativo com especial
atenção para as necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade, como
aquelas com deficiência e com mobilidade reduzida, mulheres, crianças e pessoas
idosos.
Por isso se busca aumentar a urbanização
inclusiva e sustentável, aprimorar as capacidades para o planejamento para o
controle social e para a gestão participativa integrada e sustentável dos
assentamentos humanos em todas as unidades da federação. Por isso justifica-se a
razão da taxa de consumo do solo pela taxa de crescimento da população. A
proporção de cidades com uma estrutura de participação direta da sociedade
civil no planejamento e gestão urbana que opera de forma regular e democrática.
O Brasil tem por objetivo fortalecer as
iniciativas para proteger e salvaguardar o patrimônio natural e cultural do
Brasil, incluindo seu patrimônio material e imaterial. Segundo as Nações Unidas
é necessário até 2030 proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos,
acessíveis e verdes, particularmente para as mulheres e crianças, pessoas
idosas e pessoas com deficiência e demais grupos em situação de vulnerabilidade.
A forma como as cidades são planejadas, ou a forma que
ela toma com o passar do tempo, devido ao aumento da população, causam um
enorme impacto na vida das pessoas, de coisas simples e pequenas que aos poucos
se tornam grandes problemas para a população. Com a globalização,
informatização, aumento de veículos e da população, ocorrem a realocação de
atividades de comércio e serviços para as partes periféricas da cidade devido o
seu rápido crescimento, assim busca-se no meio da disputa pelo espaço urbano
entre veículos e pessoas, um cenário onde o conceito de acessibilidade
desempenha papel fundamental para que haja igualdade social, em que todas as
pessoas, indiferentemente de suas necessidades e características, possam
utilizar o espaço da melhor maneira, o mais confortável e seguro possível. Por
isso e por outros, que as cidades precisam de soluções rápidas para amenizar o
impacto do desenvolvimento.
Há
várias ideias elaboradas por pessoas que estudaram todo o problema da
mobilidade urbana, mesmo não sendo uma tarefa fácil é possível sim aos poucos
transformar nossas cidades em lugares melhores de se viver, com fácil acesso,
segurança e sustentabilidade. O objetivo deste trabalho, é tratar dos problemas,
refletir sobre o rumo que nossas cidades estão tomando, assim ajudando na
conscientização das pessoas sobre o assunto, na busca de soluções possíveis
para que possamos mudar esta realidade.
As
cidades precisam de uma solução para tomar decisões rápidas frente aos
problemas e atuar gerenciando informações em tempo real, buscando planejar
cidades melhores para se viver. Com a globalização, informatização, aumento de
veículos, busca-se no meio da disputa pelo espaço urbano entre veículos e
pessoas, um cenário onde o conceito de acessibilidade desempenha papel
fundamental para a promoção da igualdade social, para que todas utilizem os
espaços públicos de igual maneira.
2. MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE URBANA
Quando
se pensa em cidade para as pessoas, logo pensa-se em mobilidade, acessibilidade
por vezes estes assuntos podem se confundir, pois se tem várias definições. A
algum tempo, vem-se tentando propor um maior espaço acessíveis a todos, com
segurança do pedestre, e com a opção por meio de transportes não poluentes e no
incentivo às bicicletas. Por mais contraditório que seja, o incentivo aos
pedestres, vem sendo praticado desde a década de 70: Com a contínua
estruturação de zonas para pedestres, que passaram a valorizar o espaço
público, o comércio de rua, as áreas de passeio, reduzindo-se as distâncias e
obstáculos para o fluxo dos pedestres, através de projetos que priorizam o
conforto e a segurança destes usuários.
A
cidade para pedestres é segundo Paulhans Peters (1970), a reação frente à
cidade ordenada, também a resposta à cidade que prioriza o uso do automóvel.
Seu princípio de ordenação se orienta pelo cotidiano do homem contemporâneo, suas
necessidades e prioridades habituais, numa tentativa de conciliação e coexistência
entre pedestres e motoristas, pedestres e ciclistas. A circulação de pedestres
remete-se às necessidades de andar, descansar, olhar e comer. A rua e suas
extensões devem reforçar este caráter de lugar de relação, que garantem não só
a vitalidade do lugar, como sua sustentabilidade e manutenção. A diversidade e
a viabilidade de espaço são segundo Schmidt e Stahr (1977): “o estímulo da
alma, da fantasia e da criatividade de ações sobre o espaço, possibilitando a
convivência entre o usuário e o espaço público”.
A
mobilidade pessoal, segundo Morris et al. (1979): É interpretada como sendo a
capacidade do indivíduo de se locomover de um lugar ao outro e dependente
principalmente da disponibilidade dos diferentes tipos de modos de transporte,
inclusive a pé. Para Tagore & Sikdar (1995), este conceito é interpretado
como a capacidade do indivíduo de se mover de um lugar a outro dependendo da
performance do sistema de transporte e características do indivíduo. Raia Jr.et
al. (1997) no entanto, “entendem acessibilidade como sendo um esforço dos
indivíduos para transpor uma separação espacial objetivando exercer suas
atividades cotidianas”.
O
conceito de mobilidade está relacionado com o deslocamento das pessoas no
espaço urbano, que devem facilitar o percurso das pessoas e não dificultar, com
ruas limpas, seguras, arborizadas, pouco ruidosas, com calçadas amplas, dotadas
de mobiliário urbano confortável, iluminação adequada, sinalização e com total
acessibilidade. A cidade para as pessoas, dá importância as pessoas e não aos
veículos. O tempo dos semáforos daria importância a necessidade dos pedestres e
não ao fluxo do trânsito, por exemplo, segundo Gehl (2010) “uma cidade para
pessoas não tem edifícios altos, pois o contato com a vida da cidade só se pode
obter até o quinto andar, e que a questão da densidade se resolve com projetos
arquitetônicos orientados por uma ideia humanista.
O
conceito não se resume a retirar os carros das ruas e diminuir a altura das
edificações”. As pessoas só vão exigir cidades melhores de fato, quando elas
souberem como e quão melhores as cidade podem ser. Parece impossível fazer com
que as cidades se tornem mais sustentáveis, para pessoas e não para veículos,
pois ainda existe preconceito onde quem pode se locomover com veículos não
largariam deste conforto para andar de bicicletas em grandes distâncias, e
claro da forma como a maioria das cidades são organizadas fica difícil, pois há
grandes distâncias a serem percorridas para se chegar onde se quer.
Para
mudarmos a cidades precisamos primeiramente mudarmos o conceito das pessoas
sobre conforto, bem-estar e sustentabilidade. Sustentável não é apenas separar
o lixo, mas é sim um estilo de vida. Posteriormente é necessário planejar
novamente a cidade, começando a se perguntar que tipo de cidade queremos para
nós. Em Copenhague, Jan Gehl, conseguiu fazer estas mudanças aos poucos,
proibindo o estacionamento de carros em uma avenida e implantando ciclovias e
estacionamentos para bicicletas, assim aos poucos acostumando as pessoas, e por
necessidade elas passem a usar as bicicletas para se locomover na cidade não só
para se exercitar, mas para ir trabalhar e estudar. Se todas as cidades
desenvolverem um sistema de ciclovias e de transporte público eficiente, se
reduziriam a ênfase do transporte privado, e consequentemente o caos do
trânsito.
Assim
a mobilidade urbana acaba tendo grande impacto na economia local e na qualidade
de vida das pessoas. Pensar a mobilidade urbana de modo mais eficiente no que
se refere os setores sociais, econômicos e ambientais, é sustentabilidade.
Pensar a mobilidade urbana com mais tecnologia e inovação, é um dos mais
urgentes desafios deste século. Apesar das diversas dificuldades encontradas
nas cidades, ainda assim existem soluções. O transporte, metrôs e bondes com
nova tecnologia podem ser uma das soluções mais eficazes para resolver
problemas
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas
últimas décadas, o assunto acessibilidade e mobilidade vem sendo mais debatido
na área de arquitetura e urbanismo, as cidades estão olhando com mais
preocupação para criar espaços agradáveis e sustentáveis, na busca de um melhor
estilo de vida para as populações. Estes são esforços para diminuir as ações
que causadoras do impacto ambiental que envolvem poluição visual, sonora e do
ar.
Setembro/2021
AUTOR DO PROJETO
Orlando de Pauza Souza
"Natural de Nova Granada/SP, casado e aposentado. Formando do curso de Gestão Ambiental da turma do 2º semestre de 2021, também participou do Projeto Repense, Recicle com a linha de pesquisa sobre o descarte incorreto de lixo eletrônico."
Docente
Responsável - Dra. Fernanda
Freitas Borges
Adpatação
para o Blog – Valeria V Zanotti
(Comunicação Fatec Jaboticabal)
Eridiana Pizzinatto Almeida (1) Larissa Bressan Giacomini (2) Marluse Guedes Bortoluzzi (3) (1) Estudante de Arquitetura e Urbanismo, IMED, Brasil. E-mail: eripizzi@msn.com (2) Estudante de Arquitetura e Urbanismo, IMED, Brasil. E-mail: lari_giacomini@hotmail.com (3) Estudante de Arquitetura e Urbanismo, IMED, Brasil. E-mail: marluseguedes@yahoo.com.br. BRASIL. Ministério das Cidades. 2007. Caderno PlanMob: para orientação aos órgãos gestores municipais na elaboração dos Planos Diretores de Mobilidade Urbana. Brasília. (a). BRASIL. Ministério das Cidades. 2007. Construindo uma Cidade Acessível. Caderno 2. Brasília. (b) CAMPOS, V.B.G. 2006. Uma visão da mobilidade sustentável. Revista dos Transportes Públicos. v. 2, p. 99-106. GEHL, Jan; Cidade para pessoas; 2013. MORRIS, J.M.; Dumble, P.L.; Wigan, M.R. 1979. Accessibility indicators for transport planning. Transportation Research, Part A, v.13, n.2, p.91-109. NORMA Brasileira 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR 9050, 1994). OLIVEIRA. J. C.; FERREIRA. L. V. S.; COSTA. R. R. e CORAD. R. L. Acessibilidade Urbana: Estudo de Caso da Praça Capela Nova. MundoGEO. 2010. Disponível em:< http://mundogeo.com/blog/2010/05/05/acessibilidade-urbana-estudo-de-caso-da-praca-capela-nova/>. Acesso em: 10 out 2013. RAIA Jr, A.A.; SILVA, A.N.R.; Brondino, N.C.M. 1997. Comparação entre Medidas de Acessibilidade para Aplicação em Cidades Brasileiras de Médio Porte. In: XI Congresso de Pesquisa e Ensino em Transportes, Rio de Janeiro. Anais. Rio de Janeiro: ANPET, 1997. v. 2. p. 997-1008. ________. 2000. Acessibilidade e Mobilidade na Estimativa de um Índice de Potencial de Viagens utilizando Redes Neurais Artificiais e Sistemas de Informação. Tese, Doutorado em Engenharia Civil – Transportes pela Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos. São Carlos. VAZ, J.C; Santoro, P. 2009. Cartilha Mobilidade urbana é desenvolvimento urbano! 2005. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2013.
Comentários
Postar um comentário