Produção de Energias Limpas
Conforme descrito no
artigo anterior (Economia 4.0 e tendências de mercado) há a necessidade de se
investir em setores que produzam de forma menos impactante o meio ambiente,
principalmente na obtenção de energias limpas, em substituição às fontes
originadas do petróleo.
As energias renováveis e
não poluentes são fontes alternativas que crescem no cenário econômico mundial.
Com o aumento da demanda por energia e das evidências de mudanças climáticas, muitos
países buscam alternativas e investem em pesquisas e desenvolvimento de novas
tecnologias de produção. No Brasil a matriz energética é composta na sua
maioria por produção hidroelétrica, seguida de termoelétrica (gás, carvão
mineral, biomassa e nuclear), eólica e solar. As cinco fontes mais limpas de
produção de energia são: solar, que consiste no aproveitamento dos raios
solares sendo uma das formas menos nocivas ao meio ambiente; a eólica,
produzida pela força do vento e considerada a fonte mais limpa; a
biomassa, proveniente de material
orgânico animal ou vegetal, por exemplo o bagaço da cana-de-açúcar e resíduos
da produção de animais em confinamento; a geotérmica, que aproveita o calor dos
materiais do centro da Terra e a hidroelétrica, a qual utiliza a força das
águas, mas no entanto provoca grande impacto ambiental na sua construção. Veja
mais detalhe em Biomassa.
Um estudo da Agência
Internacional Americana - Bioenergy Task
40 em 2013, apontou que aproximadamente 10% da energia global provem da
biomassa e o Brasil representa a maior parte do uso mundial (16%), sendo grande
parte obtida através do bagaço da cana-de-açúcar, uma vez que o país conta com mais
de 400 usinas de açúcar e etanol. A
produção de cana pode ter um papel forte no desenvolvimento de novas
tecnologias limpas com vários produtos derivados, como o etanol de segunda
geração e o plástico verde, porém desde que o cultivo seja sustentável. Algumas
iniciativas como o desmatamento zero em áreas de Mata Atlântica promovido pelo
setor sucroenergético no estado de Alagoas corroboram com as práticas de
sustentabilidade almejadas no mundo (Veja mais em Cana online.
Sem contar que o etanol brasileiro é o biocombustível com menor pegada de
carbono do mundo, sendo reconhecido pelas agências internacionais devido ao
modelo de produção sustentável adotado pelo setor sucroenergético, se mostrando
como uma caminho promissor para mitigar
a emissão de gases de efeito estufa e atender as metas do Acordo de Paris.
Lembrando que o Brasil possui uma Política Nacional de Biocombustíveis criada
para atender as metas autodeclaradas da COP21 e a certificação dos produtores
de biocombustíveis para a participação no RenovaBio junto à ANP (Agência
Nacional de Petróleo) confere transparência para a sociedade no seu processo
produtivo, garantindo a rastreabilidade e a efetividade da redução de emissões (Confira em Uso do etanol);
mas com a alteração do Zoneamento Agroecológico colocaria em risco a boa visão
internacional das usinas nas questões ambientais (reveja a matéria anterior Zoneamento agroecologico da cana).
Muitas empresas vislumbram
o mercado de energias renováveis, até mesmo as petroleiras como a Shell, já
possuem projetos de produção solar no Brasil a partir de 2023. A Petrobrás está
investindo em pesquisa e desenvolvimento de energias renováveis e descarbonificação
e até 2024 investirá cerca de 1% do seu plano de negócios nessas áreas, para
depois atingir metas mais ousadas de investimento (Consulte Sustentabilidade).
Mesmo em meio às iniciativas propostas, a contribuição necessária da produção de energia limpa para conter o aquecimento global, descrito no IPCC - The Intergovernmental Panel on Climate Change é ínfima. Os investimentos são muito pequenos e insuficientes para a escala necessária a curto prazo e o plano de crescimento da matriz energética brasileira pouco contempla os pilares da sustentabilidade. Segundo o Greenpeace, o plano Decenal de Expansão de Energia 2027 (PDE) “não reflete em um futuro mais limpo e socialmente justo” e prevê a ampliação das usinas termelétricas movidas a carvão mineral e gás natural, ultrapassando a participação da energia eólica; além de haver limitações para a transição de uma matriz energética limpa - Saiba mais em Greenpeace.
Mesmo em meio às iniciativas propostas, a contribuição necessária da produção de energia limpa para conter o aquecimento global, descrito no IPCC - The Intergovernmental Panel on Climate Change é ínfima. Os investimentos são muito pequenos e insuficientes para a escala necessária a curto prazo e o plano de crescimento da matriz energética brasileira pouco contempla os pilares da sustentabilidade. Segundo o Greenpeace, o plano Decenal de Expansão de Energia 2027 (PDE) “não reflete em um futuro mais limpo e socialmente justo” e prevê a ampliação das usinas termelétricas movidas a carvão mineral e gás natural, ultrapassando a participação da energia eólica; além de haver limitações para a transição de uma matriz energética limpa - Saiba mais em Greenpeace.
Na próxima década a demanda global por energia aumentará 44% e 75% desse aumento virá dos países em desenvolvimento, como o Brasil (AIE - Administração de Informação de Energia) e até 2050 os renováveis responderão por metade da eletricidade global, com a redução dos custos de produção eólica e solar e o desenvolvimento de novas tecnologias de armazenamento, liderado pela Europa (BloombergNEF). Em suma, a redução de combustíveis fósseis é imprescindível para conter o aquecimento global e muitos países podem reduzir as emissões do setor energético para cumprir suas metas e limitar o aumento de temperatura global em 2 graus Celsius. Além de que na perspectiva dos negócios, investir em fontes limpas de geração de energia pode ser uma excelente opção para o futuro próximo.
Profa. Fernanda de Freitas Borges
Imagem 1 - Site meioambiente.culturamix
Imagem 2 - Fontes de geração de energia elétrica no Brasil (ANEEL)
Imagem 3 - Site Viva mais verde
Desenvolvimento - Comunicação Fatec Jaboticabal
Texto - Fernanda Borges
Artigo muito interessante. Parabens!
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